O número de pessoas que sofrem de transtornos mentais é preocupante, já que esse índice continua a crescer com o decorrer do tempo. Por se tratar de condições que afetam diretamente o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, é importante estar atento aos sinais e sintomas como forma de buscar o auxílio e tratamento adequado e, então, evitar o máximo de impactos negativos proporcionados por essas doenças.
Pensando nisso, elaboramos este conteúdo para explicar os tipos de transtornos mentais comuns e ajudar você a esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto. Confira!
O que são transtornos psicológicos?
Os transtornos psicológicos se tratam da disfunção da atividade cerebral que pode afetar o comportamento, o humor, a forma de aprender, o raciocínio e a comunicação do paciente. Assim, prejudicam a mente, a vida social, os sentimentos e a percepção da realidade, ocasionando, também, problemas físicos e impactando a saúde do indivíduo em geral.
Quais são os tipos de transtornos mentais?
Existem vários tipos de transtornos mentais. Veja a seguir os principais.
1. Fobias
Trata-se de um medo irracional e persistente de um certo animal, objeto, situação, atividade, entre outros, que gere pouco ou nenhum perigo real, mas que leva à ansiedade em excesso.
É importante deixar caro que o medo, por si só, é caracterizado por uma reação fisiológica e psicológica que aparece como resposta a uma eventual ameaça ou situação de perigo. Já a fobia não tem uma lógica propriamente dita, por isso, a ansiedade sentida não é condizente com o perigo real que aquilo significa. A fobia simples pode ser dividida em:
- fatores do ambiente natural (trovões, terremotos, raios);
- animais (cobras, aranhas etc);
- situações (elevador, altura, andar de avião);
- sangue, feridas e injeções;
- outros tipos (contrair doenças, por exemplo).
2. Transtorno de Ansiedade Generalizada
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), se difere da sensação normal de ansiedade. Nesse caso, se trata de uma preocupação excessiva e persistente a respeito de situações normais do dia a dia. Quem passa por essa condição pode se preocupar incontrolavelmente com algo, muitas vezes ao dia, mesmo que não exista motivo real para isso, podendo influenciar nos relacionamentos e tarefas cotidianas.
Os principais sintomas são:
- impossibilidade de relaxar e usufruir um tempo de descanso;
- estado frequente de preocupação;
- sentimentos constantes de apreensão ou tensão;
- dificuldade de concentração;
- dificuldade de respirar;
- taquicardia;
- sensação de opressão;
- intolerância para incertezas e demais.
3. Transtorno Obsessivo Compulsivo
Também conhecido como TOC, é um transtorno que gera pensamentos e comportamentos obsessivos e compulsivos que atrapalham a atividade cotidiana do indivíduo, como lavar as mãos a todo momento, exagerar na limpeza, ser impulsivo para acumular objetos, confirmar repetidamente as coisas, ter um excesso de organização, ter obsessão por ordem e simetria, entre outros.
4. Distimia
A distimia pode não parecer tão intensa, mas prejudica as relações interpessoais e atrapalha a execução das tarefas diárias, principalmente pelo fato de pessoas que sofrem com esse tipo de doença serem vistas como pessimistas e queixosas. Entre suas principais características está o mau humor persistente, sem motivos.
Entre os principais sintomas está a alteração nos padrões de sono, os problemas de concentração e memória, as mudanças no apetite, a impaciência, a irritabilidade e a incapacidade de sentir alegria.
5. Depressão
A depressão é considerada uma das doenças psicológicas mais comuns, caracterizada por:
- tristeza generalizada;
- alterações nos padrões;
- baixa autoestima
- distúrbios do sono;
- sentimentos de culpa;
- falta de concentração;
- cansaço frequente sem motivo aparente.
No entanto, as causas da doença estão direcionadas a aspectos variados, como fatos traumáticos da vida, genética, uso de remédios, vivência em um ambiente social nocivo, abuso de álcool e substância químicas etc.
Essa condição pode ser recorrente ou contínua e gera impactos graves na capacidade funcional do indivíduo, afetando os estudos, trabalhos e relacionamentos. Em situações mais drásticas, a depressão pode levar a pensamentos e práticas suicidas.
6. Transtorno Bipolar
É uma condição de saúde emociona que promove grandes mudanças de humor, atrapalhando a comunicação e a vida em sociedade. Entre suas características está a fase de estado de ânimo muito elevado com atitudes impulsivas que englobam planos e mudanças radicais, alternando com estados depressivos profundos ou condições mistas em que misturam depressão e euforia. Seus sintomas podem ser detectados por fases, podendo durar dias ou até meses:
- fase depressiva — tristeza, desânimo diário, falta de energia, perda de apetite e peso, pensamentos sobre morte, baixa autoestima;
- fase maníaca — gastos excessivos, compulsão alimentar, capacidade de discernimento reduzida, hiperatividade.
7. Transtorno de Personalidade Borderline
Trata-se de uma doença psíquica definida por um quadro de emoções instáveis nos comportamentos e relacionamentos em geral. Sendo assim, pode afetar a capacidade de curtir a vida ou atingir objetivos e metas no trabalho, estudo e em relações interpessoais. Também engloba problemas relevantes ligados às emoções, à autoimagem, aos pensamentos e às ações. Entre os principais sintomas estão:
- emocionais — instabilidade emocional. A pessoa se sente em uma montanha-russa de emoções, com alterações rápidas de humor. Sentimento de vazio e raiva também são comuns;
- comportamentais: tendência em se envolver a situações de risco e impulsividade, por exemplo, fazer compras e contrair dívidas, ingestão de álcool excessiva, autolesão etc.;
- sociais — relações intensas, marcadas por discussões, conflitos, ciúmes e separações frequentes;
- pessoais — muitos altos e baixos sobre si mesmo e sua identidade.
8. Transtorno Explosivo Intermitente
Também conhecido como Síndrome do Pavio Curto, é definido por casos de impulsividade agressiva, podendo ocasionar em graves agressões físicas e verbais. Esse comportamento não é premeditado, mas sim uma consequência de um problema em que a pessoa age por falta de controle da raiva.
É uma impulsividade desproporcional, podendo ser assemelhada a ataques e surtos e, que independentemente de sua duração, começa a cessar de maneira rápida e espontânea. Depois do episódio, na maioria dos casos, o indivíduo apresenta arrependimento, culpa e vergonha.
Como a Cannabis medicinal pode auxiliar no tratamento?
A Cannabis possui algumas substâncias, conhecidas como canabinóides. Elas interagem com o organismo a nível celular, servindo como um tipo de reforço para os canabinóides produzidos pelo próprio corpo, os endocanabinóides, responsáveis por regular a homeostase e funções relevantes como o controle da dor, do sono e do humor. Os canabinóides mais famosos são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).
O THC proporciona as reações psicoativas da Cannabis, mas também tem um papel fundamental na fabricação de medicamentos e no tratamento de diversas doenças. Contudo, em doses altas, ele pode elevar o grau da ansiedade. Já o CBD é cada vez mais utilizado para tratar a ansiedade, principalmente pelo fato de não ter efeitos psicoativos, e pode ser usado com o intuito de reduzir ou até mesmo reverter os efeitos negativos do THC. Ele acalma o quadro de ansiedade naturalmente, sem eventuais efeitos colaterais associados aos medicamentos alopáticos.
No entanto, é necessário ressaltar que cada organismo reage de uma forma diferente, e a Medicina Cannabinóide é mais dinâmica que os tratamentos tradicionais, já que é necessário encontrar a dosagem ideal para cada paciente. Por isso, para ser um médico prescritor, é preciso fazer uma especialização em Medicina na área em questão.
O uso da Cannabis medicinal tem avançado no país, uma vez que, cada vez mais, estudos comprovam a sua eficácia no tratamento de inúmeras patologias, incluindo alguns transtornos mentais. Além disso, o relato e a experiência dos pacientes acerca da melhora da sua qualidade de vida tem sido a prova mais robusta de que essa especialização veio para ficar.
Existem poucos médicos prescritores de Cannabis medicinal no Brasil. Quer entender um pouco mais sobre o assunto? Então, baixe o nosso e-book “Cannabis medicinal: sua importância terapêutica e avanços no uso” e se informe!