Os impactos do coronavírus na medicina

31/05/2021
impacto-coronavirus

O novo coronavírus se tornou um dos maiores desafios para a medicina moderna. No começo, pouco se sabia sobre o comportamento do vírus, e os profissionais da saúde precisaram aprender a lidar com as particularidades da doença e as mudanças que ela apresentava de maneira rápida e contínua, conforme o seu agravamento.

Neste artigo, explicaremos mais quais os desafios e impactos do coronavírus na medicina e o que foi possível aprender após este mais de um ano da pandemia. Confira!

Quais desafios o coronavírus trouxe à tona?

Os impactos do novo coronavírus na medicina foram grandes. Algumas das mudanças talvez demorassem anos para acontecer, caso não enfrentássemos uma pandemia mundial.

Novos fluxos de trabalho passaram a fazer parte da rotina de médicos, enfermeiros e auxiliares. Muitos profissionais precisaram se reinventar e fazer com que a tecnologia, por exemplo, se tornasse ainda mais presente em seu dia a dia, inclusive em atendimentos.

Mas esse foi apenas um entre os muitos desafios. Escassez de materiais e insumos, mutações do vírus e alta demanda por profissionais preparados para lidar com uma pandemia são outros exemplos do que quem atuou na linha de frente teve que enfrentar.

Isso tudo impactou a forma como a medicina é vista em nossa sociedade. A seguir, vamos entender mais sobre o assunto.

Quais são os impactos do coronavírus na medicina?

Diversas situações foram desencadeadas a partir do alastramento da doença pelo mundo. Alguns desses desafios serão conhecidos a seguir!

Imprevisibilidade nos cenários

O SARS-CoV-2 era um vírus até então desconhecido pelos cientistas. Apesar de outras versões já terem sido estudadas, o novo coronavírus se comporta de forma bastante diferente em nosso organismo.

A imprevisibilidade do vírus também fez com que o cenário que se desenhava fosse desconhecido para todos os profissionais. Por exemplo, apesar de saber que mutações são possíveis em qualquer tipo de vírus, os profissionais da saúde ainda desconhecem quais os efeitos que as novas cepas do coronavírus podem causar no corpo humano em longo prazo.

Outro ponto inesperado foi a questão do contágio. É bastante difícil prever que uma determinada cepa será mais contagiosa e em que grupo, mas esse tipo de mudança aconteceu.

Prova disso é que, na primeira onda, quem mais sofreu foram os idosos e pessoas com comorbidades; já no cenário de hoje, jovens estão sendo hospitalizados em um número cada vez maior.

Telemedicina

A pandemia impulsionou um projeto que vinha dando passos lentos no país: o uso da telemedicina. Antes dela, realizar uma consulta virtualmente era algo em que poucas pessoas confiavam.

Diante da realidade imposta pelo isolamento, muita gente ficou com medo de frequentar os centros de saúde, devido ao perigo de contágio ou, mesmo, porque já estavam contaminadas e não poderiam sair.

Uma reportagem do Jornal da Band apontou que a telemedicina cresceu 316% na pandemia. A tendência é que seu uso seja cada vez maior tanto para consultas esporádicas quanto para emergências. Além disso, é esperado que, nos próximos anos, as tecnologias utilizadas nesse tipo de atendimento sejam cada vez mais avançadas.

Tele-UTI

Falando em tecnologia, a tele-UTI é uma forma de diferentes profissionais realizarem uma visita ao paciente remotamente. A ideia é reduzir custos e otimizar o atendimento daquelas pessoas que ainda estão internadas em unidades de terapia intensiva.

A atenção presencial continua sendo feita por parte de enfermeiros e auxiliares, que estão mais próximos no dia a dia. Enquanto isso, os médicos plantonistas, que comparecem eventualmente, podem liderar o diagnóstico e tratamento a distância.

Um dos desafios enfrentados por profissionais da saúde em meio à pandemia foi justamente o desconhecimento da doença e das metodologias mais eficientes para tratá-la. Assim, muitos profissionais precisaram ser contratados sem tanta experiência com doenças de alto contágio.

A tele-UTI veio para que eles tivessem apoio de hospitais que são referência no Brasil no tratamento da Covid-19 e de outros trabalhadores da saúde experientes em lidar com doenças infecciosas.

Valorização do diálogo entre médicos e pacientes

De acordo com dados apresentados em pesquisa Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 80% dos profissionais de saúde que participaram da pesquisa destacaram ter tido algum problema ligado à saúde mental na pandemia. E isso por vários fatores, desde o distanciamento dos entes queridos ao crescimento no número de casos e óbitos, o que deixa as pessoas mais ansiosas, tristes e com medo de contrair a doença.

Nesse sentido, um dos impactos do coronavírus foi a valorização do diálogo entre médicos e pacientes. Essa relação se tornou fundamental, pois muitas pessoas estão impossibilitadas de ver suas famílias, além de precisarem de suporte na hora de enfrentar o tratamento, que nem sempre é simples.

Outro ponto importante foi a questão da valorização profissional: por seu desempenho em um momento tão delicado, a área da saúde ficou em evidência.

Necessidades de EPIs

O uso de EPIs adequados foi uma das principais mudanças que a pandemia trouxe. As orientações incluem o uso de roupa impermeável para o tratamento de pessoas infectadas, além de touca, máscara apropriada e outros. O desafio é a interpretação, que pode divergir no quesito de reutilização de alguns materiais, como a máscara N95.

Na página 5 deste estudo sobre os impactos da Covid-19 na saúde dos profissionais de enfermagem, destaca-se que alguns protocolos foram criados para atender às altas demandas dos serviços e até pelo receio de que faltem EPIs. O problema é que nem sempre essas orientações estavam respaldadas por evidências científicas ou organizações internacionais, o que acaba colocando em risco a saúde de quem atua na linha de frente.

É de grande importância que, junto de médicos, enfermeiros e auxiliares, os órgãos competentes identifiquem como melhorar as condições de segurança e quais materiais protegem mais.

União entre esfera pública e privada

Um dos principais impactos do coronavírus no Brasil foi escancarar a importância da união entre as esferas pública e privada. O SUS, por exemplo, é o responsável pelos serviços de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, importantes no combate e controle de doenças como a Covid-19, além de ser o maior sistema de assistência em postos de saúde, emergências e hospitais.

Com a pandemia, muitas UTIs foram disponibilizadas dentro de hospitais privados para tratamentos pelo SUS; além disso, diversas parcerias, como troca de expertise de profissionais da área de saúde dos dois setores, foram essenciais para tratamentos mais eficientes.

O que se desenha para o futuro é uma relação cada vez mais ampla entre ambos, o que permitirá um desenvolvimento maior da medicina.

Por que é importante aprender com a situação?

A Covid-19 trouxe diferentes lições para o dia a dia da medicina, tanto positivas quanto negativas. A ideia de manter o aprendizado na área da saúde é essencial para atenuar os impactos do coronavírus que se mostraram negativos e corrigir as falhas que foram trazidas à tona, além de potencializar as soluções encontradas.

Grandes acontecimentos no mundo servem para que atitudes sejam repensadas e a humanidade caminhe para a sua evolução. Com certeza, daqui a alguns anos, tudo que mudou na medicina já terá se tornado cotidiano. Portanto, quanto antes esses aprendizados forem absorvidos, melhor.

Este artigo trouxe vários dos impactos do coronavírus no dia a dia da medicina brasileira. O que fica de lição para todos é que as mudanças ainda terão reflexos por muito tempo, sendo essencial continuar o aprendizado para reduzir o lado negativo e ampliar o que foi positivo.

Para ajudar mais pessoas a conhecerem os efeitos do coronavírus na medicina, compartilhe este conteúdo nas suas redes sociais!

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