O Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica que impacta predominantemente o sistema nervoso central, manifestando-se principalmente por sintomas motores, como tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e dificuldade de equilíbrio. Além disso, a doença pode desencadear uma gama variada de sintomas não motores, incluindo depressão, ansiedade, distúrbios do sono e problemas cognitivos.
A maioria dos casos de Parkinson é diagnosticada em pessoas com mais de 60 anos e a prevalência da doença aumenta de forma significativa após os 70 anos. Essa condição é justificada devido aos processos fisiológicos naturais que resultam na degeneração celular durante essa fase da vida.
Neurologista e professor do curso de Medicina do Centro Universitário UniFG, Woquiton Rodrigo explica que o diagnóstico do Parkinson é realizado por meio clínico, baseado nos sintomas apresentados pelo paciente e nos achados do exame físico. “Para o diagnóstico, são utilizados os critérios do banco de cérebros da Sociedade de Parkinson do Reino Unido. Com base nesses critérios, o paciente terá o diagnóstico de doença de parkinson se apresentar: lentidão para realizar os movimentos (bradicinesia), rigidez muscular, tremor de repouso e/ou instabilidade postural, e pelo menos três critérios de suporte (início unilateral, presença de tremor de repouso, doença progressiva, assimetria dos sintomas ou mais)”, explica.
Tratamentos
Apesar de não ter cura, o Parkinson tem tratamento e pode ser controlado com medicações que ajudam a repor parte da dopamina, substância que auxilia na comunicação entre as células nervosas e melhora os sintomas.
Woquiton Rodrigo ressalta que o tratamento da doença deve ser individualizado, baseado em uma abordagem multidisciplinar, como: uso regular de medicamentos, ter uma boa noite de sono, manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente, controlar doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes, utilizar da musicoterapia, além do suporte de diversos profissionais, a exemplo do psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.
O neurologista também reforça que alguns fatores de risco que podem ocasionar a doença devem ser prevenidos a partir de algumas ações. “É necessário evitar trauma no crânio, contato com herbicidas e pesticidas, utilizar sempre os equipamentos de proteção individual caso for manusear agrotóxicos. Várias outras medidas são importantes para a prevenção de doenças neurodegenerativas como a doença de parkinson, são elas: realizar atividade física regularmente, manter um peso adequado, ter uma alimentação saudável e mais orgânica; ter boas noites de sono, descansando pelo menos oito horas; evitar o tabagismo e uso de bebidas alcoólicas”, aponta o especialista.
Futuro Promissor
Nos últimos anos, houve um crescente volume de pesquisas promissoras, especialmente na área de biotecnologia, focadas em aprofundar o entendimento e desenvolver medicamentos mais eficazes para as doenças degenerativas. O progresso nesse campo é essencial para oferecer melhores opções de tratamento e qualidade de vida aos pacientes.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. No Brasil, o Parkinson afeta uma parcela significativa da população, com estimativas sugerindo que entre 1% e 2% das pessoas com mais de 65 anos.