Maio é o mês dedicado à conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), marcadas por condições debilitantes que afetam o sistema digestivo e impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com o médico gastroenterologista, Vinícius Duarte, as duas principais representantes dessas doenças são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, ambas caracterizadas por sintomas severos como dor abdominal crônica, diarreia prolongada por mais de quatro semanas, presença de sangue e muco nas fezes, perda de peso e queda do estado geral de saúde.
“Essas doenças, se não diagnosticadas precocemente ou tratadas de forma inadequada, podem evoluir e levar a complicações graves, incluindo a necessidade de hospitalização e cirurgias de emergência. Portanto, a conscientização é fundamental não apenas entre a população, mas também dentro da comunidade médica, para que se reconheçam rapidamente os sinais e sintomas prevalentes nas DIIs”, explica Duarte, que também é professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali.
Origem das DIIs
A origem das DIIs é complexa, envolvendo uma interação entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Ainda segundo o docente, pacientes com predisposição genética possuem genes específicos que podem desencadear a doença, sendo que alguns genes são comuns tanto à Doença de Crohn quanto à Retocolite Ulcerativa.
Além disso, o sistema imunológico desses pacientes responde de maneira exacerbada, atacando o próprio intestino e, em alguns casos, outros órgãos, gerando sintomas extraintestinais.
“Fatores ambientais, como dietas ricas em gordura, estresse psicológico, uso de antibióticos no primeiro ano de vida e até mesmo a urbanização e industrialização dos países, também contribuem para o desenvolvimento dessas doenças. Outro elemento importante é a disbiose, um desequilíbrio na flora bacteriana intestinal que pode funcionar como um gatilho adicional para o aparecimento das DIIs”, detalha o especialista da UnP/Inspirali.
Diagnóstico precoce e tratamento
Assim como é orientado para outras doenças e condições de saúde, o diagnóstico precoce das Doenças Inflamatórias Intestinais é crucial para iniciar o tratamento em estágios mais leves, evitando a progressão para quadros mais graves e complicações preveníveis.
Para o doutor Vinícius, diagnósticos tardios retardam o início do tratamento adequado, resultando em maior gravidade dos sintomas e aumento dos custos de saúde, devido à maior necessidade de hospitalizações e tratamentos mais caros. Além disso, um diagnóstico tardio eleva o risco de mortalidade entre os pacientes.
“Já a pesquisa em DIIs está em constante evolução, com estudos promissores sobre novas terapias que trazem esperança de melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes. Novos tratamentos em desenvolvimento podem beneficiar especialmente aqueles que já esgotaram as opções terapêuticas existentes, proporcionando um alívio tão esperado para uma população que enfrenta desafios diários”, finaliza o docente da UnP/Inspirali.