No mais recente episódio de Futuro Talks, Guilherme Soarez, CEO da Inspirali, falou sobre a educação médica no Brasil, os desafios regulatórios e a qualidade dos cursos de medicina
O cenário da educação médica no Brasil tem se transformado para acompanhar as demandas de um sistema de saúde mais complexo e tecnológico, além de atender a uma população diversa e aos avanços científicos. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 500 mil médicos, mas com fatores como o envelhecimento populacional e aumento de doenças crônicas, esse número pode chegar a 1 milhão nos próximos 15 a 20 anos. Esse foi o tema do mais recente episódio de Futuro Talks, que recebeu Guilherme Soarez, CEO da Inspirali, um dos principais ecossistemas de educação médica do país.
A Inspirali, integrante da Ânima Educação, nasceu em 2019 com dois cursos de medicina e, em cinco anos, expandiu para 15 cursos, atendendo 12 mil estudantes. Ao longo da conversa, Soarez disse que a carreira médica ainda é uma das mais desejadas pelo retorno financeiro e altos índices de empregabilidade – segundo ele, “médico não fica desempregado”. O CEO também acredita a medicina continuará atraindo novos estudantes pela diversidade de oportunidades que a carreira oferece. Se antes a trajetória tradicional envolvia graduação e residência em uma especialidade, agora essa visão está se expandindo: hoje, muitos buscam a medicina para ser pesquisadores, professores, empreendedores, gestores ou para seguir múltiplas especialidades, tornando a carreira mais flexível.
Durante a entrevista, Soarez comentou ainda sobre os desafios regulatórios e a qualidade dos cursos de medicina, incluindo critérios de avaliação e a possível criação de um exame semelhante à OAB para médicos. Além disso, afirmou que, em sua visão, é um mito dizer que faculdades de medicina precisam ter obrigatoriamente um hospital para apoiar o ensino – para ele, a estrutura do SUS, com unidades de saúde, já possibilita a oferta de experiências práticas para os estudantes.