Como é a residência médica de geriatria?

08/10/2024
Como é a residência médica de geriatria?

Você sabia que a geriatria é um dos segmentos melhor remunerados da medicina? Atualmente, um médico geriatra ganha, em média, R$ 9.009,32 para uma jornada de trabalho de 25 horas semanais, de acordo com o Portal Salário. Em comparação com dados da mesma pesquisa, dá para perceber que o valor sofreu um aumento considerável nos últimos dois anos.

Em 2022, o ganho médio deste especialista era de R$ 6.946,27 por mês, para uma jornada de 25 horas semanais, e já figurava entre as áreas mais bem pagas da carreira médica. Além disso, este é um mercado em expansão, uma vez que a expectativa de vida no país também cresceu e hoje está em 76,4 anos, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste contexto, a medicina geriátrica se faz essencial para a promoção de um envelhecimento mais saudável e humanizado, levando em consideração as necessidades físicas, emocionais e sociais dos idosos.

Geriatria: compreenda esta especialidade

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) explica que a geriatria é uma especialidade médica que lida com o envelhecimento. Ela abrange desde a promoção de um envelhecer saudável até o tratamento e a reabilitação do idoso, pois este processo também impacta no comportamento orgânico, demandando abordagens diferenciadas ao paciente.

Geriatra: entenda o que faz este profissional médico

A SBGG esclarece que o geriatra é o médico que se especializou no cuidado de pessoas idosas. Ele se torna especialista após ter feito residência médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica e/ou ter sido aprovado no concurso para obtenção do título de especialista em Geriatria da SBGG/AMB (como veremos mais adiante).

Como é o dia a dia de um geriatra?

A entidade elucida que o geriatra é um médico que utiliza uma abordagem ampla para a avaliação clínica, incluindo aspectos psicossociais, escalas e testes; por isso, a consulta geriátrica é, em geral, mais demorada. Além de lidar com doenças como as demências (incluindo o Alzheimer), a hipertensão arterial, o diabetes e a osteoporose, o geriatra também trata de problemas com múltiplas causas, como tonturas, incontinência urinária e tendência a quedas.

Ele também fornece cuidados paliativos aos pacientes portadores de doenças sem possibilidade de cura. Frequentemente, atua em conjunto com uma equipe multidisciplinar, como na avaliação de tratamentos adequados e daqueles que trazem riscos e/ou interações indesejadas.

Em que áreas o geriatra pode atuar?

Então, um geriatra pode atuar em diversas áreas, que incluem:

– Atendimento clínico: como dito anteriormente, a principal função do geriatra é o cuidado médico de idosos, tratando condições comuns da terceira idade;

– Prevenção de doenças: o especialista também pode desenvolver planos preventivos para evitar ou minimizar o impacto de doenças crônicas e condições degenerativas. Isso inclui orientações sobre alimentação, exercícios físicos, controle de peso, vacinação e hábitos saudáveis de vida;

– Cuidados paliativos: como falado, o geriatra ainda pode atuar em cuidados paliativos, prestando assistência a pacientes idosos com doenças graves ou terminais, promovendo o alívio do sofrimento e suporte à qualidade de vida, tanto para o paciente quanto para seus familiares;

– Reabilitação geriátrica: este profissional médico pode trabalhar em conjunto com outros profissionais, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e nutricionistas, para restaurar a independência do idoso. Esta área envolve a reabilitação de pacientes após acidentes, cirurgias ou doenças debilitantes;

– Gestão de síndromes geriátricas: que são condições como quedas frequentes, imobilidade, incontinência, fragilidade e perda cognitiva são geridas pelo geriatra, que busca tratar e prevenir complicações decorrentes dessas síndromes;

– Cuidados de longa duração: o geriatra pode atuar em hospitais, lares de idosos, casas de repouso ou unidades de cuidados de longa permanência, oferecendo atendimento contínuo e coordenado para idosos que necessitam de acompanhamento regular;

– Educação e pesquisa: alguns geriatras se envolvem em atividades acadêmicas, como ensino de estudantes de medicina e residentes, e também em pesquisa clínica focada no envelhecimento saudável, tratamentos para doenças geriátricas e melhorias no cuidado de idosos;

– Consultoria para políticas públicas: médicos geriatras podem atuar como consultores para o desenvolvimento de políticas de saúde pública voltadas para o envelhecimento, visando melhorar o sistema de saúde e os cuidados destinados à população idosa.

Como ingressar na residência de geriatria?

Antes de entender sobre a residência de geriatria, especificamente, é preciso saber que, para ingressar na área médica, o aluno precisa ser submetido às provas de vestibular para entrar em uma universidade. Sendo que a medicina ainda é o curso mais almejado e concorrido no país, além de ter longa duração. São cerca de seis anos para a formação básica, o que assegura o diploma de médico generalista.

A área exige bastante estudo e atualização permanente por parte do estudante. Assim, para ser um aluno bem-sucedido, é preciso muita dedicação. E esse empenho segue durante toda a carreira de um médico, independente do seu perfil profissional ou da especialidade escolhida.

Como fazer uma especialização na área médica?

De forma resumida, depois da formação básica, o aluno interessado em fazer uma especialização em medicina deve passar pelo processo seletivo para residência médica. Esta consiste em uma modalidade de ensino de pós-graduação – com um mínimo de 2 anos de prática em serviço – para integralização de carga horária, a depender do programa escolhido. Sendo que os Programas de Residência Médica objetivam o aperfeiçoamento nas especialidades médicas, realizados sob a orientação de profissionais qualificados em instituições de saúde, sejam elas universitárias ou não.

Quem concede o título?

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia é quem emite o título de especialista em geriatria. A certificação chancela a habilitação técnica do profissional médico nesta área do conhecimento perante as sociedades médica e civil.

Qual é a importância de ter o título de especialista em geriatria?

Conforme a SBGG, o título de especialista em geriatria certifica que o profissional médico detém as habilidades necessárias ao atendimento especializado a idosos, de acordo com o conhecimento científico atual. Além de valorizar o trabalho do médico titulado, esta certificação é comumente exigida em concursos públicos e para a afiliação a empresas de prestação de serviços de saúde suplementar.

Quem tem o direito de obter o registro de especialista?

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia enfatiza que, para qualquer uma das 53 especialidades médicas atualmente reconhecidas no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) só pode registrar como especialistas os médicos que apresentarem o Certificado de Conclusão de Residência Médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica e/ou o título de especialista concedido por associação ou sociedade brasileira da respectiva especialidade, que seja filiada à Associação Médica Brasileira (AMB) e cujo edital do concurso para título de especialista siga as normas desta entidade e seja aprovado pela mesma.

Vale lembrar que a SBGG é afiliada à Associação Médica Brasileira e o edital do concurso para título de especialista em geriatria é elaborado de acordo com as determinações da própria AMB, sendo submetido à aprovação desta.

Qual é a diferença entre o Certificado de Conclusão de Residência Médica em geriatria e o título de especialista?

O Certificado de Conclusão de Residência Médica em geriatria e o título de especialista em geriatria são documentos de natureza diferente, sendo independentes. Segundo a SBGG, o médico pode registrar-se como especialista em geriatria nos Conselhos Regionais de Medicina, apresentando qualquer um deles.

Entretanto, a entidade médica salienta que os Certificados de Conclusão de Cursos de Especialização em geriatria são importantes no campo acadêmico e, em determinados casos, na etapa de análise de currículo no concurso para título de especialista em geriatria, mas não são suficientes para registro do médico como, de fato, “especialista” nos Conselhos Regionais de Medicina.

O que a SBGG recomenda para o aluno interessado na área da geriatria?

A SBGG observa que, com a expansão do conhecimento ocorrida nas últimas décadas e o crescente interesse da comunidade científica pelo estudo do envelhecimento humano, é grande o volume de informações em geriatria a serem assimiladas pelos médicos durante a graduação. Assim, a Sociedade recomenda que os egressos do curso de medicina com especial interesse nesta área busquem fundamentação teórica e treinamento prático específicos em entidades de ensino capacitadas e, depois de cumpridos os requisitos do programa de formação, submetam-se ao concurso de título de especialista em geriatria.

Conclusão

A área da geriatria é uma das mais bem pagas no Brasil. Outro grande atrativo, é que esta especialidade médica vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, juntamente com o crescimento da expectativa de vida do brasileiro. Entretanto, para se tornar um médico especialista é necessário muito comprometimento com os estudos e atualizações constantes. Ao todo, são cerca de oito anos entre a graduação e a residência.

Só podem obter o título de especialista, médicos que o Certificado de Conclusão de Residência Médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica e/ou o título de especialista concedido por associação ou sociedade brasileira da respectiva especialidade. Para ingressar neste segmento, é preciso fundamentação teórica e treinamento prático específicos em entidades de ensino capacitadas. Mas, certamente, todo este esforço vale muito a pena. A área é fundamental para unir longevidade com qualidade de vida da população.

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