Se você se formou em medicina e não quer ser um clínico geral, pode optar por uma residência médica para se tornar um especialista. Em média, são mais dois anos de estudos, dedicação exclusiva e cargas horárias que superam as 40 horas semanais. Mas como evitar a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional especialmente nesta fase tão exaustiva? Como gerenciar o tempo sem negligenciar a qualidade de vida e a saúde mental? Veja dez dicas do Ministério da Saúde que podem lhe ajudar a manter o ânimo e superar as dificuldades, principalmente neste período intenso de desafios e trabalho árduo.
O que é a Síndrome de Burnout?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) esclarece que a Síndrome de Burnout está incluída na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional.
Quais são os principais sintomas da Síndrome de Burnout?
O Ministério da Saúde (MS) explica que a Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional cujos principais sintomas são:
– Exaustão extrema;
– Estresse;
– Esgotamento físico.
Quais são os outros sinais que podem indicar a Síndrome de Burnout?
A síndrome envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença.
Assim, o Ministério da Saúde ressalta que outros sinais podem indicar a Síndrome de Burnout, como:
– Cansaço excessivo, físico e mental;
– Dor de cabeça frequente;
– Alterações no apetite;
– Insônia;
– Dificuldades de concentração;
– Sentimentos de fracasso e insegurança;
– Negatividade constante;
– Sentimentos de derrota e desesperança;
– Sentimentos de incompetência;
– Alterações repentinas de humor;
– Isolamento;
– Fadiga;
– Pressão alta;
– Dores musculares;
– Problemas gastrointestinais;
– Alteração nos batimentos cardíacos.
O que fazer ao perceber sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout?
Normalmente, os sinais da Síndrome de Burnout surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Para evitar problemas mais sérios e complicações da doença é fundamental buscar apoio profissional assim que notar qualquer sintoma.
Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Burnout?
O diagnóstico da Síndrome de Burnout é feito por um profissional especialista após análise clínica do paciente. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar o melhor tratamento, de acordo com cada situação.
A Síndrome de Burnout tem cura? Como é feito o tratamento?
Sim, a Síndrome de Burnout tem cura. Entretanto, é essencial seguir o tratamento indicado. Basicamente, ele inclui psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos, como antidepressivos e/ou ansiolíticos.
O tratamento para a Síndrome de Burnout é rápido?
Geralmente o tratamento para a Síndrome de Burnout é rápido e surte efeito entre um a três meses após iniciado. Às vezes, pode levar mais tempo, conforme cada caso. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, nos hábitos e estilos de vida são essenciais.
Qual é a principal causa da Síndrome de Burnout?
A principal causa da Síndrome de Burnout é, justamente, o excesso de trabalho, sendo comum em áreas que demandam muita competitividade ou responsabilidade e em profissionais que atuam diariamente sob pressão, como médicos e enfermeiros.
Qual é a relação entre a Síndrome de Burnout e os profissionais da saúde?
O ápice dos sintomas da Síndrome de Burnout aconteceu durante a pandemia. No artigo intitulado de “Fatores associados ao burnout em profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19: revisão integrativa”, os autores observam que “alterações no sono, nervosismo, tristeza, depressão e ansiedade foram citados como principais consequências da pandemia na saúde mental da população, e esses se mostraram agravados em pessoas com histórico de depressão”.
O problema está enraizado em ocupações que envolvem a prestação de serviços e cuidados, o que se aplica ao trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde. Estes, frequentemente, lidam com situações complexas e trabalham continuamente sob circunstâncias que podem levar ao desenvolvimento do Burnout.
O que diz a literatura sobre esta síndrome?
A Síndrome de Burnout tem sido descrita na literatura nacional e internacional como uma síndrome psicológica de exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal, que pode ocorrer entre indivíduos que trabalham com outras pessoas de alguma forma, sendo resultante do estresse crônico no local de trabalho, que não foi administrado com sucesso.
Quais são as principais consequências do Burnout em profissionais da saúde?
Entre as principais consequências do adoecimento dos profissionais de saúde pelo Burnout, estão:
- Redução do desempenho dos trabalhadores;
- Má qualidade do atendimento;
- Comprometimento da segurança do paciente;
- Aumento de eventos adversos;
- Erros de medicação;
- Maior número de infecções;
- Quedas do paciente.
Em que níveis o Burnout pode prejudicar o indivíduo?
O artigo “Síndrome de Burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos” garante que os seus efeitos podem prejudicar o indivíduo em três níveis:
– Individual (físico, mental, profissional e social);
– Profissional (com atendimento negligente e lento ao cliente, contato impessoal com colegas de trabalho e/ou pacientes/clientes);
– Organizacional (gerando conflitos com os membros da equipe, rotatividade, absenteísmo, diminuição da qualidade dos serviços).
Afinal, como os médicos podem evitar a Síndrome de Burnout?
O estudo “Manejo e Prevenção da Síndrome de Burnout em Médicos: Estratégias e Desafios na Prática Clínica” evidencia que há uma necessidade urgente de implementar estratégias de prevenção e intervenções específicas, além de oferecer suporte psicológico e promover práticas saudáveis que reduzam o estresse no ambiente de trabalho, melhorando o bem-estar físico e emocional dos médicos.
Quais são as dicas para prevenir a Síndrome de Burnout?
Segundo o Ministério da Saúde, a melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é criar estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início.
Quais são as principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout, com o gerenciamento do tempo?
Conforme o MS, as principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout são:
1) Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
2) Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
3) Faça atividades que “fujam” à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;
4) Evite o contato com pessoas “negativas”, especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
5) Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
6) Faça atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação, etc;
7) Evite o consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental;
8) Não se automedique, nem tome remédios sem a prescrição médica (no caso, de um colega profissional);
9) Tenha uma boa noite de sono, de pelo menos 8 horas diárias;
10) Procure manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.
