A sutura cirúrgica refere-se à confecção do ponto ou conjunto de pontos, para favorecer a evolução de uma ferida pela aproximação dos tecidos. De acordo com artigo específico sobre o tema, publicado na Revista de Ciências da Saúde, trata-se da competência cirúrgica mais comum em prontos-socorros e o conhecimento de aspectos básicos é essencial para todo o médico, independentemente de sua especialidade.
Qual é o maior benefício da sutura cirúrgica?
Versatilidade: Mesmo com os recentes avanços tecnológicos e a disponibilidade de novos materiais, os fios de sutura continuam sendo considerados os mais versáteis usados na cirurgia. Além disso, a escolha apropriada da sutura para um procedimento determinado é fundamental para o seu êxito.
De que forma a sutura cirúrgica contribui para a evolução da ferida?
Conheça 7 características importantes
Conforme a publicação, a sutura cirúrgica refere-se à evolução da ferida por atuar nos seguintes tópicos:
– Imobilizar os tecidos;
– Reduzir os espaços anatômicos;
– Criar condições de estabilização do coágulo;
– Impedir a entrada de microrganismos nos tecidos mais profundos;
– Auxiliar na hemostasia (ou estancamento do sangramento de um vaso sanguíneo lesado);
– Manter a funcionalidade das estruturas seccionadas;
– Promover o bom aspecto estético da cicatrização.
Quais são os aspectos positivos e negativos das suturas?
Indicações da sutura cirúrgica:
– Lesão profunda com exposição do tecido subcutâneo;
– Lesão com afastamento significativo de suas bordas;
– Ausência de tensão para o fechamento;
– Lesão em local de movimentação intensa;
– Lesão com sangramento controlado (hemostasia);
– Feridas agudas sem contaminação grosseira ou infecção;
– Lesão ocorrida entre 6 e 8 horas (na maior parte das feridas) ou em até 12 horas em regiões de maior vascularização (como face e couro cabeludo).
Contraindicações da sutura cirúrgica:
– Infecção instalada ou contaminação grosseira da ferida;
– Retenção de corpo estranho;
– Escoriações simples;
– Mordeduras por mamíferos;
– Perda grande de tecido, havendo tensão para o fechamento;
– Tempo prolongado entre o trauma e a avaliação (sendo acima de 6 ou 8 horas e de 10 a 12 horas em regiões de maior vascularização)
Quais são os principais tipos de suturas?
As suturas podem ser classificadas de várias maneiras:
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Quanto ao material:
– Absorvíveis: são reabsorvidas pelo corpo ao longo do tempo e não requerem remoção. Exemplos: catgut, poliglactina (vicryl) e poliglecaprona (monocryl).
– Não absorvíveis: não são reabsorvidas e podem precisar ser removidas após a cicatrização. Exemplos: nylon, polipropileno (prolene) e seda.
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Quanto à estrutura:
– Monofilamentares: são compostas por um único fio, como o nylon e o polipropileno.
– Multifilamentares: são compostas por vários fios torcidos ou trançados, como a seda e a poliglactina.
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Quanto ao revestimento:
– Revestidas: que podem ter revestimento para facilitar o deslizamento e diminuir o atrito, tipo o vicryl revestido.
– Não revestidas: como o próprio nome já diz, não possuem revestimento.
Em que situações as suturas são indicadas?
As suturas são indicadas em diversas situações:
- Fechamento de feridas cutâneas: para promover a aproximação de bordas de feridas, reduzindo o risco de infecção e melhorando o resultado estético.
- Sutura de órgãos internos: em cirurgias, para reparar tecidos como intestino, estômago, útero, etc.
- Cirurgia plástica e reconstrutiva: utiliza-se suturas finas e técnicas especializadas para minimizar cicatrizes.
- Cirurgias ortopédicas: para fixação de tendões e ligamentos.
- Sutura vascular: em cirurgias cardíacas e vasculares, para anastomose (frequentemente realizada em cirurgias para restabelecer o fluxo sanguíneo em regiões do corpo que foram afetadas por obstruções ou lesões) de vasos do sangue.
Quais são as técnicas de suturas?
Existem várias técnicas, dependendo do tipo de tecido e da finalidade:
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Sutura simples interrompida:
– Mais comum e versátil.
– Indicada para fechamento de feridas com bordas bem aproximadas.
* Vantagem: se uma sutura romper, as outras mantêm a ferida fechada.
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Sutura contínua:
– Um único fio é utilizado ao longo de toda a ferida.
– Indicada para longas incisões ou quando o tempo cirúrgico é um fator crítico.
* Vantagem: Distribui uniformemente a tensão ao longo da ferida.
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Sutura intradérmica:
– Colocada abaixo da superfície da pele.
– Indicada para fechamento de feridas cutâneas onde se deseja um melhor resultado estético.
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Sutura em colchoeiro:
– Pode ser horizontal ou vertical.
– Indicada para feridas com grande tensão ou pele espessa.
– Ajuda a criar as bordas da ferida, favorecendo a cicatrização.
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Sutura em U:
– Utilizada para áreas de alta tensão.
– Oferece suporte adicional às bordas da ferida.
Conclusão
A escolha da sutura e da técnica depende de fatores como o tipo de tecido, a localização da ferida, a tensão sobre a pele e a necessidade estética. É fundamental para o profissional de saúde ter conhecimento das opções disponíveis para otimizar o processo de cicatrização, reduzindo possíveis complicações futuras para o paciente.
Apesar das inovações tecnológicas e do crescente avanço da medicina, a sutura continua sendo a mais indicada, especialmente em cirurgias. Por este motivo, o conhecimento sobre ela é fundamental, principalmente para o médico em formação, independentemente da especi