Professora da UniBH tem artigo publicado na revista científica Frontiers in Medicine

25/10/2024
camila Rebelo

A professora Dra Camila Rabelo Monteiro de Andrade, da UniBH, integrante da Inspirali, pesquisou sobre a oferta de cuidado paliativos durante a pandemia por Covid-19 e teve o seu artigo intitulado: ‘Cuidados paliativos e COVID-19: reconhecendo erros do passado para construir um futuro melhor’, publicado na revista científica Frontiers in Medicine.

A professora Camila R. Monteiro de Andrade tem formação em clínica médica, geriatria e cuidados paliativos, e especialidade em Direito da Saúde e Educação em Saúde. A Dra Camila nos explica que a COVID-19 pode causar muito sofrimento para a pessoa acometida e para a sua família e por essa razão a oferta de Cuidados Paliativos (CP), uma área do cuidado desenvolvida para aliviar sofrimento, torna-se essencial na busca de um cuidado de saúde mais digno.

“Já sabíamos que existia um grande desconhecimento por parte da população geral, e também dos profissionais de saúde em relação aos benefícios dessa área da saúde, o que se reflete na baixa proporção de pacientes que recebem esse cuidado, (cerca de 15% dos pacientes que precisam). E na pandemia, com a escassez de recursos e diversas outras questões imaginávamos que um número menor de pacientes teria acesso a esse cuidado, o que foi confirmado pelo estudo. Durante a pandemia, o uso de medidas de suporte de vida, como ventilação mecânica invasiva, diálise e internações em UTI, cresceu exponencialmente, apesar de nem sempre estarem alinhadas com os objetivos de tratamento de pacientes gravemente enfermos e com poucas chances de recuperação. Isso ressalta a importância de intervenções precoces de CP para garantir que os tratamentos estejam de acordo com os desejos dos pacientes e seu estado geral de saúde.”

Abaixo, um breve resumo sobre do artigo:

O estudo em questão analisou um grande banco de dados construído na pandemia que incluiu 21.158 pacientes internados por Covid, de março de 2020 a agosto de 2022, em 40 hospitais público e privadas de 18 cidades em 6 estados brasileiros (Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo).

Desse número, apenas 6,7% tiveram a indicação de CP registrada em seus prontuários. O Grupo dos Cuidados Paliativos (GCP) era mais velho, tinha uma maior frequência de comorbidades, exibia maior fragilidade, apresentava uma maior prevalência de complicações clínicas e teve taxa mais elevada de mortalidade (81,4% vs. 17,7%, p < 0,001), em comparação com o grupo que não recebeu CP. Quanto ao suporte de vida artificial, o GCP apresentou uma maior frequência de diálise (20,4% vs. 10,1%, p < 0,001), ventilação mecânica invasiva (48,2% vs. 26,0%, p < 0,001) e admissão em unidades de terapia intensiva (53,6% vs. 35,4%, p < 0,001).

Os autores concluem que os CP foram oferecidos a uma parcela muito pequena de pacientes, mesmo no contexto hospitalar, onde são admitidos pacientes mais graves e com maior carga de sofrimento associada. Como esperado, pacientes do GCP eram mais frágeis, tiveram mais complicações clínicas e apresentaram maior mortalidade. Mas contrariando as expectativas anteriores à análise, eles receberam mais suporte de vida artificial em todas as três ondas da pandemia. Em conjunto, esses achados sugerem que as decisões sobre a indicação de CP foram feitas de maneira tardia, em um contexto de fim de vida e falha terapêutica.

Para ler a publicação do artigo na íntegra, acesse o link da revista: https://www.frontiersin.org/journals/medicine/articles/10.3389/fmed.2024.1390057/pdf?isPublishedV2=false

 

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