A obesidade infantil é um problema de saúde pública que tem se tornado cada vez mais frequente no Brasil. Saiba mais sobre o assunto!
Obesidade. Essa é uma doença sistêmica, que afeta o lado físico e emocional dos pacientes que lidam com ela. Além disso, esses indivíduos são vítimas de vários preconceitos, que atingem os mais variados âmbitos da sociedade.
Pouco a pouco, no entanto, o estigma em relação à enfermidade tem diminuído e a doença vem sendo tratada como merece: um problema de saúde que merece ser devidamente tratado e, claro, prevenido.
Por conta da relevância do tema, neste post, falaremos sobre a obesidade infantil. Infelizmente, cada vez mais crianças adoecem com esse problema de saúde e se tornam suscetíveis a uma série de doenças oportunistas, que podem prejudicar o seu desenvolvimento e longevidade. Boa leitura!
O que é obesidade infantil?
A inadequação da alimentação é um problema antigo no Brasil. Questões como fome, desnutrição e problemas causados pela ausência de alimentos têm acompanhado a nossa história há muitas décadas.
No entanto, nos últimos anos, a implementação de políticas públicas diminuiu a incidência da fome no Brasil. Ótima notícia! Apesar disso, ainda temos muitas crianças desnutridas e, ainda assim, acima do peso. Isso se deve à inadequação alimentar que faz parte da nossa realidade, com os alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e extremamente calóricos.
De acordo com dados do Governo Federal, a obesidade infantil é um problema que acompanha mais de 3 milhões de crianças brasileiras.
Quais são as possíveis causas da obesidade infantil?
Como vimos, a principal causa para o desenvolvimento dessa doença é uma alimentação inadequada. Alimentos ricos em gordura e pobres em nutrientes podem fazer com que crianças sejam, ao mesmo tempo, obesas e desnutridas. Um quadro alarmante, considerando que o excesso de peso é nocivo para o corpo, assim como a desnutrição.
Outros fatores que podem facilitar o desenvolvimento da obesidade infantil são:
- problemas no sono;
- falta de atividade física;
- alterações hormonais;
- questões psicológicas, como ansiedade e depressão;
- hereditariedade.
Quais os fatores de risco da obesidade infantil?
Essa é uma doença que atinge todas as etnias, grupos sociais e gêneros. No entanto, alguns fatores de risco para o desenvolvimento do problema são:
- desmame precoce;
- problemas na introdução alimentar;
- o comportamento alimentar da família, que consequentemente influencia o da criança;
- fatores ambientais diversos, como conflitos frequentes, pais ausentes, entre outros.
Como realizar o diagnóstico da obesidade infantil?
O diagnóstico é multifatorial, assim como a doença. Ao contrário do que é observado nos adultos, o Índice de Massa Corporal (IMC) não é utilizado como parâmetro. A referência são os fatores ligados à curva de crescimento adequada à cada faixa etária.
Além disso, o médico responsável fará uma análise detalhada da saúde da criança, devendo diagnosticar possíveis doenças concomitantes para que elas também possam ser tratadas.
Vale a pena ressaltar que esse não é um trabalho exclusivo do médico pediatra. Profissionais de outras áreas, como psicólogos, também participam ativamente de todo esse processo.
Quais são os possíveis tratamentos para a obesidade infantil?
Os principais pontos do tratamento da obesidade infantil são:
- prática de exercícios físicos;
- reeducação alimentar;
- acompanhamento psicológico;
- mudanças gerais no estilo de vida.
O uso de medicamentos é possível, mas está normalmente associado ao tratamento de problemas concomitantes. Por fim, é importante ressaltar que toda a família deve aderir às mudanças de estilo de vida, com o objetivo de engajar ainda mais o paciente.
Quais são as complicações da obesidade infantil?
Agora, é hora de falarmos sobre as complicações e consequências da obesidade infantil. Alguns dos problemas mais frequentes são os que veremos a seguir!
Hipertensão arterial
Uma das complicações mais frequentes da obesidade infantil é a hipertensão. Não é incomum encontrar crianças obesas que também são hipertensas, o que prejudica grandemente o seu desenvolvimento.
Doença cardíaca
Essa é outra complicação frequente, ainda que nem sempre mostre sinais na infância. O aumento do colesterol é algo comum nos pacientes obesos, o que exige muita atenção.
Alterações musculoesqueléticas
Dores e inflamações em músculos e ossos também podem estar presentes. Crianças em sobrepeso tendem a ter um maior esforço nas estruturas musculoesqueléticas, o que pode até mesmo prejudicar o crescimento.
Diabetes
O desenvolvimento do tipo 2 dessa alteração é outro risco associado à presença de obesidade infantil. Por isso, é importante controlar a função pancreática e os níveis de glicose e insulina no organismo.
Câncer
Alguns tipos de neoplasias podem estar associados à obesidade infantil. Confira mais informações em uma matéria muito informativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Problemas psicossociais
A obesidade gera questões de autoestima, prejudicando o desenvolvimento social da criança. Problemas como bullying são comuns, o que pode prejudicar a saúde mental dos pacientes.
Redução do desempenho
Por fim, a obesidade infantil também se reflete no desempenho geral da criança, seja na escola ou em outras atividades. O sofrimento físico e psicológico faz com que a produtividade caia, além de aumentar o risco de desenvolvimento de problemas como depressão e ansiedade.
Quais profissionais podem tratar e prevenir a obesidade infantil?
O controle e prevenção da obesidade infantil é um papel da sociedade e não apenas de um profissional. Por isso, ainda que o pediatra seja fundamental ao fazer o acompanhamento direto dos pacientes obesos nesse processo, ele não é o único envolvido.
Médicos generalistas, por exemplo, podem orientar os adultos sobre os problemas causados pela obesidade infantil e sugerir que eles tenham hábitos mais saudáveis em casa, a fim de inspirar as crianças.
Endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros, psicólogos e todos os demais profissionais do segmento da saúde podem participar ativamente desse processo de disseminação da informação. Esse é, portanto, um trabalho conjunto das especialidades médicas e de outros trabalhadores da área.
Como podemos ver, a obesidade infantil é um problema complexo e multifatorial, que tem origem na alimentação inadequada. Ela afeta tanto a saúde física quanto a psicológica e, por isso, deve ser abordada por uma equipe multidisciplinar capacitada para lidar com questões como essa.